No ano de 2009, enquanto ainda estávamos caminhando com um projeto social no Ginásio Poliesportivo em Macaé, que se iniciou em 2007, recebíamos Emílio Coimbra aos 34 anos de idade, iniciando seu caminho na nossa arte. Seu filho Kelwin, já treinava aos 7 anos de idade e serviu de incentivo, para que ele começasse os treinos na Macaé Dojo – Seigokan. Sempre presente aos treinos com muita dedicação, foi o atleta com mais idade que tivemos, disputando e eventualmente, ganhando as mais altas posições nos torneios que participávamos.
Mesmo diante das dificuldades financeiras que por vezes passava, dado a sua origem humilde, o que talvez tenha contribuído para o pouco estudo em sua formação, não media esforços tanto para evoluir nas graduações, ou participar dos eventos desportivos. Sempre participativo e estudioso, procurava destro de suas limitações, seu desenvolvimento e alcançar o seu conhecimento, durante os treze anos em que ficou conosco. Emílio não era um homem perfeito, tinha suas batalhas internas a vencer e defeitos a serem reparados, mas de longe era uma pessoa ruim. Assim como todos nós, buscava seu desenvolvimento e amadurecimento nesse complexo contexto que é a humanidade e contava com seus irmãos do Karatê, todas as vezes que se encontrava em algum dilema que a vida se encarregava de trazer. Nós, dentro de nossas limitações, posto que também somos humanos, tentávamos amenizar suas guerras pessoais da melhor forma que podíamos e acredito, que tínhamos sempre sucesso, já que que uma das virtudes que ele possuía, era a humildade de reconhecer seus erros e escutar aqueles que ele sabia que lhe queriam bem.
No dia oito de setembro, por volta das 19h15min, ele se tornou mais uma vítima da violência que assola nosso país, sendo alvejado cinco vezes pelas costas, enquanto trabalhava na sua oficina na garagem de sua casa. Sua morte deixou um vazio em nossa família, pois ele nunca mediu esforços para atender nossa Associação, mesmo quando por muitas vezes não tinha nem o que comer dentro de casa. Nunca se esquivou das batalhas do dia-a-dia e sempre foi um braço forte, não só no kumite, mas em qualquer trabalho que lhe era confiado, principalmente para nossa associação em Macaé. Esperamos que seu espírito encontre a paz e nosso bom Deus conforte sua esposa e filho nesse momento que se segue.
Que assim seja!
Sensei Alberto Jr.